Localizado no coração do Rio de Janeiro, a Zona Sul, o bairro do Flamengo é um dos mais tradicionais da cidade. Veja aqui algumas das razões e conheça um pouco da história local.

Em junho de 2016 os moradores da Zona Sul do Rio de Janeiro tiveram uma surpresa com ares de pegadinha: graças à um decreto assinado “acidentalmente” pelo Prefeito Eduardo Paes, o tradicional bairro do Flamengo foi removido da região e incorporado na região Centro.

A notícia, evidentemente, gerou uma comoção nas redes sociais inclusive porque em termos geográficos esse “deslocamento” ou “reagrupamento” não faz o menor sentido. Em função disso, pouco tempo depois a Prefeitura emitiu uma nota assumindo o equívoco e se comprometendo a desfazê-lo.

Bem, a maior parte da minha vida foi vivida no Flamengo e, por isso, ele é um bairro no qual respiro nostalgia e gratidão. Se eu tivesse que escolher um bairro para morar no Rio, seria mesmo o Flamengo – não (só) por puro bairrismo, mas porque ele é bem completo.

No Flamengo tem-se boas opções de transporte público com ônibus e metrô e, sendo um bairro pequeno, nunca se precisa andar muito para alguma dessas opções. Lá encontramos de tudo: papelarias, floriculturas, armarinhos e muitas academias, das boas e baratas como a rede Smart Fit, às mais caras e completas como a Upper.

Tem também várias padarias, lojas de produtos e alimentação naturais (o PF do Panela de Barro é sensacional), tem farmácias (muuuuitas, estilo Copacabana já que muitos moradores estão na Terceira Idade), supermercados (redes tradicionais e outros de menor porte), um grande parque com praia (tudo bem que a praia é só para correr/caminhar e pegar sol pois é suja para nadar), tem barzinhos (Devassa, Garota do Flamengo, Lamas, Belmonte…you name it!).

E alguns poucos, porém excelentes restaurantes: a churrascaria Majórica, frequentemente considerada a melhor do Rio, o delicioso restaurante japonês Samurai San, e a Casa Julieta di Serpa, simplesmente divina com seu Paris Gastrô e o Paris Bar (cujo barman é constantemente eleito o melhor especialista em drinks da cidade).

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Casa Julieta di Serpa – Foto: Paris Gastro

Os destaques do Flamengo

Sem contar que o Flamengo fica grudado no Largo do Machado, uma praça na divisa entre Flamengo, Laranjeiras e Catete, na qual há um Detran (afinal, outra vantagem!), outro metrô, e duas galerias mais que tradicionais. A Condor, com a MELHOR esfirra do Rio de Janeiro e a Galeria do São Luiz, com os Cinemas que levam o mesmo nome. Nelas você ainda encontra lojas, livrarias, casa de câmbio e outras opções de comer, como a Koni Store, Spoleto, e Kopenhagen que ficam na galeria São Luiz.

O bairro do Flamengo também é testemunha viva da história arquitetônica do Rio, com prédios imortalizados como o Castelinho – o nome mais comum do Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho – antiga residência do comendador Joaquim da Silva Cardoso concebida originalmente pelo italiano Gino Copede em 1916 e tombado pela Prefeitura, e o Edifício Biarritz construído em 1937 pelo francês Henri Pierre Sajous e que se tornou um dos nossos maiores exemplos de Art Déco. Essas construções representam bem o estilo do bairro, residencial e clássico.

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Edifício Biarritz – Foto: G1.globo.com

Ah, e claro que o bairro do Flamengo é um dos mais privilegiados da cidade já que possui vista para o cartão-postal do Rio de Janeiro, o Pão de Açúcar. Os moradores do Leblon que me perdoem, essa vista é imbatível!

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Vista do Pão de Açucar

A infância por lá

Crescendo no Flamengo uma das coisas que eu mais gostava de fazer era ir ao Cinema Paissandu, da Rede Estação, que ficava literalmente a 5 minutos da minha casa. Amante da Sétima Arte, eu ia ao Paissandu uma ou duas vezes por semana e, durante o Festival do Rio de cinema, praticamente todos os dias.

Eu adorava que as mocinhas da Bombonière (naquela época ainda era Bombonière) me conheciam e já sabiam o que eu iria comprar (pipoca, mate e chocolate) #adolescentefofona. Adorava que eu também já era conhecida na locadora que existia dentro do cinema e tratava os funcionários como amigos, batendo altos papos sobre os filmes e não me importando de ir, às vezes, vestida de pijama (ou quase isso). Nada como a indiferença dos nossos 13, 14 anos para sair assim né rs

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Foto: ClubSodaFilms.com

Provavelmente um dos dias mais tristes da minha vida foi quando li a notícia que fechariam o Cine Paissandu. Em questão de instantes vi morrer um punhado de memórias doces que eu construí ali – foi lá que eu vi meu primeiro filme na tela grande (Curly Sue, a Princesinha). Um verdadeiro cinema de rua, uma sala clássica, bem grande e plana. Tinha gosto, cheiro e cara de Cinema mesmo, sabe? Não dessa versão moderna com mil salas massificadas, com filmes blockbusters e todas pomposas.

O Paissandu era simples, mas era mais do que suficiente. Como a nossa infância, talvez: quando não haviam Iphones, X-Box, PokemonGo e sim War, Jogo da Vida, e o sempre nostálgico Banco Imobiliário. Nostálgico, como o meu Flamengo.

Passeios e ingressos no Rio de Janeiro

Vista incrível do Cristo Redentor e do Morro com as praias abaixo e vários prédios, no Rio de Janeiro
Visite o Cristo Redentor durante o tour completo pelo Rio de Janeiro com ingressos – Foto: Civitatis

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Se convenceu de que o bairro do Flamengo é um dos melhores do Rio? O que você acha?