Da ajuda com o roteiro, vistos, quanto levar de dinheiro, aos pequenos detalhes para você não ter com o que se preocupar durante um Mochilão pela Europa...

Viajar pela Europa, com uma mochila nas costas e um passe de trem ilimitado é um programa obrigatório para os apaixonados por viagem. A flexibilidade e liberdade de viajar pelo Velho Continente torna um desperdício conhecer um país só em uma viagem para lá. Se você vai pela primeira vez, a melhor forma de conhecer os pontos principais de cada país e cartões-postais tão famosos é em um Mochilão pela Europa.

Se você não sabe nem por onde começar a se organizar para uma viagem dessas, abaixo você encontra o passo a passo do que você precisa fazer:

1º Passo: Defina em que época você vai fazer o Mochilão pela Europa

Na Europa é assim: você pode fazer o mesmo roteiro em diferentes épocas do ano e ter a certeza de que as viagens serão completamente diferentes. Por isso, é importante pensar no clima que você prefere para conhecer a Europa.

No verão, os dias são mais longos, já que anoitece por volta das 20h em Julho, por exemplo. Ou seja, dá para aproveitar bem mais o dia. As temperaturas nos países mais ao sul ficam bem quentes nessa época, mas em países como a Holanda dá para usar até um casaquinho dependendo do dia. Já no inverno, as temperaturas caem bastante, os dias são mais curtos, mas você vai poder curtir os passeios de neve em diferentes locais.

Vantagens de ir no verão: os dias são longos e as cidades tem diversas atrações – como esta em Budapeste

2º Passo: Esboce o seu roteiro do Mochilão pela Europa

Definida a data de sua viagem, agora é preciso pensar: Qual é o seu pique e quantos dias você terá?

Os roteiros mais comuns de mochilão pela Europa são os de 22 dias de viagem ou 1 mês. Isso porque as companhias de trem oferecem pacotes já com a quantidade de dias definida. Nesta etapa, uma boa opção é esboçar um roteiro que você irá traçar, porém, não se apegue a ele minuciosamente. Deixe a quantidade de dias em cada lugar flexível. Assim, se você gostar de um lugar, poderá ficar mais um tempo e tirar os dias do próximo destino.

O meu roteiro foi o seguinte: Fui no mês de Junho e comecei a viagem em Lisboa, peguei um voo até Milão (30 Euros a passagem). De lá comecei a viagem de trem pela Europa, passando pelas seguintes cidades e países:

Itália

>> Leia todas as nossas dicas sobre a Itália

Croácia

Eu viajei para a Croácia, mas não inclui o país no mapa abaixo por dois motivos: acredito que a Croácia é um país para conhecer em uma viagem específica para ela. Ou seja, para quem tem mais tempo de viagem pela Europa ou vai fazer menos países no roteiro. No meu roteiro, acabou ficando um pouco “fora de mão” e gastamos muitas horas no trem para poucos dias de Croácia.

  • 1 dia em Split
  • 2 dias em Hvar

>> Saiba mais sobre a Croácia:

Hungria

  • 3 dias em Budapeste (e ainda faltaram dias – eu amei!)

>> Saiba mais sobre Seguro Viagem na Hungria – É necessário?

República Tcheca

  • 2 dias em Praga

>> Leia também O que Fazer em Praga – Roteiro de 1 a 5 Dias

Alemanha

>> Saiba mais sobre Alemanha:

Holanda

>> Saiba mais sobre Holanda:

França

>> Leia mais sobre Paris:

Espanha

>> Leia mais sobre a Espanha:

Portugal

Eu acabei ficando mais um mês de férias só em Portugal, mas é possível conhecer Lisboa em 2 ou 3 dias.

Leia mais sobre Portugal:

Este foi o Mapa do Meu Roteiro:

É preciso ressaltar: foi bem puxado, foram poucos dias em cada lugar e foi uma viagem bem pinga-pinga, mas foi uma experiência maravilhosa. Como foi minha primeira vez na Europa, pude conhecer um pouco da atmosfera de cada país e conhecer os principais pontos de cada cidade. Nós aproveitávamos para dormir e descansar nas viagens de trem e quando estávamos nas cidades, batíamos perna para conhecer tudo o que dava.

Em Roma, por exemplo, nós saíamos do hostel às 7h e voltávamos às 21h. Se é para viajar, tem que aproveitar bem. Não é? Se o seu pique for outro, tire alguns países do roteiro, inclua outros mais próximos uns dos outros e estenda a quantidade de dias em cada lugar.

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Chegada em Milão

3º Passo: Fechar o passe livre de trem ou passagens aéreas low-cost

Viajar de trem pela Europa é incrível: as paisagens são deslumbrantes, eles – geralmente – são de ótima qualidade e o melhor é que é possível até dormir (e economizar hospedagens) ou descansar bastante no caminho.

A Europa tem um sistema interligado de trem, que dá passes livres para viagens ilimitadas de trem em um certo período, chamado Global Pass, da EuRail. Se você tiver dupla cidadania europeia, aqui vai uma boa notícia: cidadãos europeus tem direito ao Interrail, que é o passe livre de trem também que custam menos, mas por quase a metade do preço do EuRail. O que eu usei foi o de 22 dias ilimitado.

Preços do Global Pass:

O passe ilimitado que você pode usar por 22 dias na EuRail custa 614 Euros, enquanto o mesmo passe na Interrail (só para cidadãos europeus), sai por 385 Euros.

Passagens Aéreas Baratas:

Também é possível viajar de avião por alguns trechos, já que as passagens aéreas na Europa costumam ser muito baratas se compradas com antecedência. Eu comprei o trecho Lisboa-Milão por 30 Euros. Você pode conferir os preços de passagens no Skyscanner.

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Trem no trecho: Roma – Florença

4º Passo: Cheque a necessidade de visto nos países que vai visitar no seu Mochilão pela Europa

De acordo com informações do portal de Imigração da União Europeia, não é necessário o visto para brasileiros em diversos países da Europa, em visitas curtas de até três meses.

O Espaço Schengen é um acordo europeu entre 26 países que removeu o controle de fronteiras, ou seja, os cidadãos e visitantes podem circular livremente entre os países. O acordo também estabelece a obrigatoriedade da contratação de um Seguro Viagem com alguns requisitos específicos, que você pode conferir neste por aqui.

Estes são os 26 países do Espaço Schengen:

Áustria
Bélgica
República Checa
Dinamarca
Estónia
Finlândia
França
Alemanha
Grécia
Hungria
Islândia
Itália
Letónia
Liechtenstein
Lituânia
Luxemburgo
Malta
Países Baixos
Noruega
Polónia
Portugal
Eslováquia
Eslovénia
Espanha
Suécia
Suíça

Fonte: Portal de Imigração da UE

Saiba Tudo Sobre Seguro Viagem:

Porém, países como a Croácia, Bulgária, Chipre, entre outros, tem suas próprias regras de controle de fronteira e imigração. Então é preciso ficar atento.

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Amsterdam, Holanda

5º Passo: Faça reservas (com cancelamento grátis) em Hostels

Essa é uma das partes mais legais de organizar um mochilão na Europa. Os hostels (ou albergues) por lá tem excelente custo-benefício, geralmente com ótima infraestrutura e o mais legal: muita gente na mesma situação que você – ou seja, é fácil fazer amizade.

Dica: Se você não estiver viajando em alta temporada, uma ideia é reservar o hostel para a primeira semana da viagem e de lá ir reservando as estadias para os próximos dias. Porém, eu como pessoa que não consigo ficar sem me organizar, reservei tudo do Brasil (com a opção para cancelamento grátis) e ai caso eu precisasse cancelar o hostel, eu não pagaria. Sinceramente, acho a segunda opção a melhor de todas. Você não corre o risco de ficar em um hostel ruim porque não tinha vaga e se quiser mudar os planos, ainda pode.

O que eu recomendo é encontrar sempre as melhores opções de hostels no centro das cidades. Em algumas cidades, como Paris, pode ser perigoso ficar no subúrbio (tive uma péssima experiência). Além disso, ficar no centro é sinônimo de economizar com transporte público ou ubers e táxis, já que dá para ir a pé para todos os lugares. Esse poste é bem legal e vai te ajudar – Onde se Hospedar em Paris: o guia completo bairro a bairro.

A média de preços por noite em uma alta temporada (conferi no mês de julho de 2018) é de R$ 60 reais em cidades como Budapeste (que costumam ser mais baratas) e mais  de R$ 100 em cidades como Paris e Milão. Isso contando em dormitórios compartilhados com outros hóspedes.

Algumas opções de excelentes hostels nas cidades do meu Mochilão:

Todas as opções são no centro das cidades:

Itália

  • Milão: O charmoso Ostello Belo, Free Wi-Fi, Welcome Drink e a apenas 10 minutinhos de caminhada da Catedral. É um pouquinho mais caro, mas tem clima de pousada mais sofisticada. Para quem quer economizar, a boa pedida é o Queen Hostel, também no centro, com tarifas em alta temporada por cerca de 32 euros.
  • Roma: Um dos hotels mais lindos de Roma é o The RomeHello, se você quer economizar muito e pagar cerca de 14 euros (na alta temporada) por um dormitório misto vale conferir o Hostel Carlito
  • FlorençaPara quem quer uma opção super descolada e com bom custo-benefício no coração de Florença, em um hostel com piscina, mesa de sinuca e etc, a boa dica é o Plus Florence (cerca de 27 euros a diária). Outras opções boas e centrais na cidade são os hostels Archi RossiGallo D’oro
  • Veneza: Para se hospedar aos ladinhos dos canais de Veneza espere desembolsar um pouquinho mais do que o esperado. A média da diária em alta temporada em Veneza fica em uns 40 euros. Porém, você vai poder viver uma experiência incrível nas casas histórias do centro, como no Generator Venice e no Ostello Domus Civica.

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Croácia

  • Split: Quer ficar em um hostel completamente temático do 101 Dalmatas? Em Split tem! O Design Hostel 101 Dalmatinac é uma ótima opção custo-benefício no coração da cidade. Se você quer algo simples, porém super charmoso e cheio de estilo opte pelo Hostel Simple (que tem até várias placas escritas em Português no hotel – você vai achar isso um oásis em meio à língua servo-croata)
  • Hvar: É difícil encontrar hostels em Hvar, a maioria são guests houses que você fica alojado na casa de moradores locais. Porém, o White Rabbit Hostel é uma das poucos hostels da pequena cidade, além de ser um charme, fica ao lado da praia.



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Hungria

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República Tcheca

  • Praga: Quer pagar barato, mas barato mesmo, e ficar ao lado da praça principal de Praga em um hostel simples, mas bem cuidado? Então opte pelo Hostel Mirak. Outra excelente opção de hospedagem, com mais design e super bonito, é o Sophie’s Hostel

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Alemanha

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Holanda

  • Amsterdam: O The Flying Pig Hostel é um excelente hostel com uma localização perfeita para desbravar o centro de Amsterdam a pé. Porém, vai ser preciso desembolsar cerca de 40 euros para ficar em DowntownSim, ficar em Amsterdam é mais caro. Por isso, muita gente opta por ficar longe do centro. Uma opção mais em conta – e que não fica longe do centro – é o ClinkNOORD Hostel. Apesar de ficar do outro lado do canal principal de Amsterdam, existem ferries grátis que levam ao centro.

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França

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Espanha

  • Barcelona: Em Barcelona, uma boa ideia é ficar nas proximidades das Ramblas. De lá, é muito fácil pegar transporte público para conferir outras áreas da cidade e ainda dá para conhecer muita coisa a pé. Duas opções com bom custo-benefício por lá são os hostels Christopher Inn e Youth Hostel
  • Madri: É possível ficar no centro de Madri por ótimos preços, como 13 euros a diária. Algumas boas opções de hostels na cidade são: o super bem cuidado e localizado Living Cat’s Hostel e o OK hostel Madrid, que como o nome já diz, é super ok e barato.

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6º Passo: Quanto levar e como trocar dinheiro da melhor forma no seu Mochilão pela Europa?

Este tópico é delicado, já que cada viajante tem seu próprio estilo de viagem e parâmetros de conforto. Eu fiz o cálculo tentando ser o mais econômica possível, mas contando que eu gostaria de conhecer todos os museus, atrações e não queria economizar com isso. Porém, não liguei para bons restaurantes – comia no mais barato e muitas vezes fazia supermercado e cozinhava. Fiquei em hostels com dormitórios compartilhados todos os dias. Viajei por 22 dias e acredito que uma quantia justa para levar pensando em gastos com hospedagem, alimentação e atração – neste estilo descrito acima – são 1.500 Euros. 

A maneira mais segura para viajar é com os cartões pré-pagos de bancos ou com o VISA Travel Money (foi o que eu usei). O câmbio é mais caro do que se o dinheiro fosse comprado em cédula, mas com certeza é uma maneira muito segura. Uma boa dica é levar metade da quantia no cartão e a outra metade em cédula, para em caso de perda do cartão, você ter ainda dinheiro a recorrer.

Para trocar dinheiro um excelente site é o Melhor Câmbio, que checa a conversão em diferentes casas de câmbio e você manda a proposta que achar mais justa.

Tudo o que você precisa saber para organizar um Mochilão pela Europa | Mochilando
East Side Gallery, em Berlim

Quer ter uma ideia de quanto vai gastar num Mochilão pelo Mundo? Veja nosso vídeo no Dicas de Viagem com uma planilha detalhada com todos os gastos do nosso colunista – Rodrigo Belasquem. Bem legal!

7º Passo: Faça um Seguro Saúde para o seu Mochilão pela Europa

Sim, essa parte é necessária! Em viagens como esta o seguro saúde é um item fundamental! A gente explica todas as regras de Seguro Viagem para a Europa neste post.

Você pode comparar as diferentes opções de coberturas e seguro no site da Seguros Promo.

Seguro Viagem: Vale a pena contratar? Mochilando | Seguro Viagem Europa


8º Passo: Baixe mapas offline ou compre um chip da AMERICA CHIP para internet 4G ilimitada durante o seu Mochilão pela Europa

Outro item fundamental: provavelmente o seu celular só funcionará quando você encontrar um Wi-Fi por lá. Mas você não quer se perder no meio caminho, não é?

Caso você queira internet ilimitada (porque quem vive sem 4G hoje em dia?!?! rs!) uma ótima opção são os chips da America Chip, que já saem configurados do Brasil! É só chegar no destino, colocar o chip novo e sair usado. É maravilhoso!

>> E se você tem dúvidas quanto a America Chip, é só acessar nosso post sobre America Chip é bom e confiável?

Chega de GPS em viagens: Descubra como baixar um mapa offline no seu celular
Flick: Steve Garfieldta

9º Passo: Faça a mala correta para seu Mochilão pela Europa

Outra vantagem fazer o Mochilão pela Europa no verão: é possível fazer malas bem leves. É necessário praticar o desapego, lavar roupas no meio do caminho e tentar ser o mais econômico possível – suas costas vão me agradecer depois. Uma ótima dica é enrolar a roupa, fazer pequenos rolinhos, para caber mais coisas na mala.

Julguem-me quem quiser, mas eu decidi ir com uma mochila que também tinha rodinhas (no fim, acabei usando só as rodinhas e deixei o espírito mochilão de lado, rs!). Foi muito prático, já que nós andávamos o dia inteiro, com as mochilas nas costas as dores no pé só pioravam. Por isso, opte por conforto e seja econômico.

A especialista em volta ao mundo e colunista do Dicas de Viagem, Fernanda Madureira, dá as dicas de como fazer as malas para uma volta ao mundo (mas que se aplica bem a um mochilão) de um jeito bem econômico em um super vídeo do canal do Dicas de Viagem no Youtube (inscreva-se!).

E você? Já sabe tudo para fazer um Mochilão pela Europa? Comente aqui!

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