Tailândia

Festival dos nove deuses em Phuket

Bangkok foi o meu primeiro destino na Ásia. Logo quando cheguei na capital da Tailândia, descobri que em breve haveria um festival em Phuket. Me disseram que estávamos com sorte, pois se tratava de um festival vegetariano bastante famoso. Eu realmente não sabia o que era e não entendia porque um evento de alface poderia causar tanto alvoroço. 

Bom, isso foi até pesquisar no Google e ver gente furada de todas as maneiras possíveis. Uma semana depois, eu estava em Phuket para o chamado Festival dos 9 Deuses Imperadores (The Nine Emperor Gods Festival), uma tradição cultural e religiosa de origem chinesa que se popularizou em vários outros países asiáticos que possuem uma grande comunidade taoísta.


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PRE-PA-RE-se para ler, entender e ver as fotos:

Durante os 9 dias de festival os devotos normalmente se vestem de branco e se limitam a alimentação vegetariana, não bebem, praticam abstinência sexual e mais algumas coisinhas para venerar seus deuses ancestrais. Alguns devotos, em estado de transe, têm suas bochechas, língua ou outras partes do corpo furadas por todo tipo de objeto. Todo mesmo!

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Enquanto os Masongs (pessoas que convidam espíritos dos deuses para possuírem seus corpos)  desfilam pelas ruas, famílias esperam em frente suas casas ou em estabelecimentos fazendo oferendas. Em troca, os Masongs abençoam os locais e as pessoas.

Masong e um comerciante em frente à sua loja. Frutas são os presentes mais comuns. Em geral, o Masong leva alguma fruta e presenteia alguém que está em sua volta com outra.
Masong e um comerciante em frente à sua loja. Frutas são o presente mais comum. Em geral o Masong leva alguma fruta e presenteia alguém que está em volta com outra.

Os Masongs não necessariamente se perfuram ou se mutilam de alguma maneira. Os locais apreciam quem não se perfura da mesma forma. Enquanto os desfiles acontecem, as atividades nos vários tempos da cidade templos não param. Fomos bem recebidos em todos os templos e até nos convidaram para jantar ou almoçar quando quiséssemos.

Crianças também participam dos desfiles, mas se limitam a carregar bandeiras, em geral com símbolos dos templos frequentam.

mas não que você precise ser velho para atravessar uma  ou duas espadas no rosto…
A idade na verdade não importa muito
também não importa o que você quer atravessar no rosto para mostrar sua devoção
Você pode até tirar umas selfies. Quero ver se você tem coragem de botar o pau de selfie na boca, ou melhor atravessá-lo pela língua ;p

Médicos, enfermeiros e voluntários acompanham para auxiliar no que for necessário.  Beber água quando você está com 32 espetos na boca é mesmo um desafio.

Nos desfiles, os Masongs são seguidos por devotos que carregam cadeiras com imagens dos deuses. Esses caras não se furam, mas durante todo o caminho devem encarar uma chuva de fogos de artifício.

O fogueteiro esperando o próximo grupo

 Bebidas estão disponíveis em mesas espalhadas pelo trajeto.

Se o calor e as bombas explodindo em cima de você não foram o suficiente, ainda rola uma fumaça sufocante. Mas eles não perdem o rumo, nem a animação.

Já o final é uma parte muito mais tranquila. Surgem dragões movidos por pessoas e crianças fantasiadas que recebem/trocam dinheiro por sorte.

 As ruas ficam cobertas de vermelho, especialmente por conta dos milhares de fogos que explodem pela cidade toda. E o desfile do dia termina com uma limpeza.

Alguns templos também tês desfiles noturnos
Invariavelmente os desfiles terminam no temple onde os Masongs libertam novamente os espíritos

Tudo isso pode parecer muito estranho para quem é de fora, mas é uma festa muito tradicional aberta a todos.

Um ponto muito positivo: todas as pessoas – sem exceção – que encontramos foram muito simpáticas e receptivas.

Deu até vontade de pegar umas agulhas e espetar na festa…

Mas… vontade é uma coisa que dá….mas passa!

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Rodrigo Belasquem

Depois de algumas curtas viagens pela América do Sul, achou que 10 dias não eram suficientes para conhecer muita coisa. Largou o emprego e viaja pelo mundo conhecendo lugares, pessoas e fotografando nas horas vagas (que são todas).

View Comments

  • Ola...qual época do ano tem o Festival e Puket..?? Vou para lá em Janeiro... sera que é a mesma data?
    Obrigada...Susy

  • Acho que você ficou tão impactado com o modo e tradições do festival que esqueceu a parte da culinária que fiquei mais curiosa!

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